NOTAS DA REPÚBLICA PORTUGUESA

NOTAS DA REPÚBLICA PORTUGUESA

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

100 Escudos Ch.7(Camilo) - Série seguida


100 Escudos Chapa 7 (Camilo) - Serie seguida
Lisboa, 30 de Novembro de 1965
Notas NOVAS!

Camilo Castelo Branco 

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Pseudónimos
Entre 1851 e 1890, e durante quase 40 anos, escreveu mais de duzentas e sessenta obras, com a média superior a 6 por ano, redigidas à pena, logo sem qualquer ajuda mecânica. Prolífico e fecundo escritor deixa obras de referencia na literatura lusitana.
Apesar de toda essa fecundidade, Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco, não permitiu que a intensa produção prejudicasse a sua beleza idiomática ou mesmo a dimensão do seu vernáculo, transformando-o numa das maiores expressões artísticas e a sua figura num mestre da língua portuguesa. De entre os vários romances, deixou um legado enorme de textos inéditos, comédias, folhetins, poesias, ensaios, prefácios, traduções e cartas – tudo com assinatura própria ou os menos conhecidos pseudónimos tais como:

Manoel Coco
Saragoçano
A.E.I.O.U.Y
Árqui-Zero
Anastácio das Lombrigas[

Principais Obras de camilo Castelo Branco
  • Anátema (1851)
  • Mistérios de Lisboa (1854)
  • A Filha do Arcediago (1854)
  • Livro negro de Padre Dinis (1855)
  • A Neta do Arcediago (1856)
  • Onde Está a Felicidade? (1856)
  • Um Homem de Brios (1856)
  • Lágrimas Abençoadas (1857)
  • Cenas da Foz (1857)
  • Carlota Ângela (1858)
  • Vingança (1858)
  • O Que Fazem Mulheres (1858)
  • O Morgado de Fafe em Lisboa (Teatro, 1861)
  • Doze Casamentos Felizes (1861)
  • O Romance de um Homem Rico (1861)
  • As Três Irmãs (1862)
  • Amor de Perdição (1862)
  • Memórias do Carcere (1862)
  • Coisas Espantosas (1862)
  • Coração, Cabeça e Estômago (1862)
  • Estrelas Funestas (1862)
  • Cenas Contemporâneas (1862)
  • Anos de Prosa (1863)
  • Aventuras de Basílio Fernandes Enxertado (1863)
  • O Bem e o Mal (1863)
  • Estrelas Propícias (1863)
  • Memórias de Guilherme do Amaral (1863)
  • Agulha em Palheiro (1863)
  • Amor de Salvação (1864)
  • A Filha do Doutor Negro (1864)
  • Vinte Horas de Liteira (1864)
  • O Esqueleto (1865)
  • A Sereia (1865)
  • A Enjeitada (1866)
  • O Judeu (1866)
  • O Olho de Vidro (1866)
  • A Queda dum Anjo (1866)
  • O Santo da Montanha (1866)
  • A Bruxa do Monte Córdova (1867)
  • A doida do Candal (1867)
  • Os Mistérios de Fafe (1868)
  • O Retrato de Ricardina (1868)
  • Os Brilhantes do Brasileiro (1869)
  • A Mulher Fatal (1870)
  • A Infanta Capelista (1872) (conhecem-se apenas 3 exemplares deste romance porque D.Pedro II pediu a Camilo para não o publicar, uma vez que versava sobre um familiar da Família Real Portuguesa e da Família Imperial Brasileira)
  • O Carrasco de Victor Hugo José Alves (1872)
  • O Regicida (1874)
  • A Filha do Regicida (1875)
  • A Caveira da Mártir (1876)
  • Novelas do Minho (1875-1877)
  • Eusébio Macário
  • A Corja
  • A senhora Rattazzi (1880)
  • A Brasileira de Prazins
  • O Arrependimento
  • O Assassino de Macario
  • D. Antonio Alves Martins: bispo de Viseu
  • Folhas Caídas
  • O General Carlos Ribeiro 
  • A Gratidão 
  • Luiz de Camões 
  • Sá de Miranda
  • Salve, Rei!
  • Suicida
  • O vinho do Porto
  • Voltareis ó Cristo?
  • Theatro comico: A Morgadinha de Val d'Amores; Entre a flauta e a Viola
  • A espada de Alexandre
  • O Condemnado: drama / Como os anjos se vingam: drama

Camilo: Realismo ou Romantismo?
Terá sido Camilo Castelo Branco, Realista ou Romântico? A sua obra é predominantemente romântica isso parece incontestável, no entanto não o é totalmente.

Camilo gostaria de se situar acima das escolas literárias. No entanto os modelos clássicos vão ter sempre peso na sua produção literária, mas, também se deixa impressionar pela literatura misteriosa e macabra de Ann Radcliffe. Foi imensamente influenciado por Almeida Garrett, no entanto a fidelidade à linguagem e aos costumes populares ao cheiro do torrão (como aponta Jacinto do Prado Coelho) vão permanecer como uma das suas maiores qualidades. A Crítica tem apontado que se por um lado Camilo nos enredos das suas novelas, com as suas peripécias mais ou menos rocambolescas, está claramente numa filiação romântica por outro lado nas explicações psicológicas, na maneira como analisa os sentimentos e acções das personagens, pelas justificações e explicações dos acontecimentos, pela crítica a determinado tipo de educação, não pode ser considerado simplesmente como romântico.

Jacinto do Prado Coelho considera-o “ideologicamente flutuante, Camilo mantém-se um narrador de histórias românticas ou romanescas com lances empolgantes e situações humanas comoventes” e também diz que “O romantismo de Camilo é um romantismo em boa parte dominado, contido, classicizado”, e que há ao “lado do seu alto idealismo romântico a viril contenção da prosa, um bom-senso ligado às tradições e a certo cânones clássicos, um realismo sui generis, de vocação pessoal que parece na razão directa da autenticidade do seu romantismo.

Eça de Queiroz publica a primeira versão de O Crime do Padre Amaro, já depois da sua exposição nas Conferências do Casino acerca do Realismo como nova expressão da arte. Isso faz com que Camilo, de certa maneira sentindo-se a perder terreno para o único prosador que lhe podia ser rival, envereda em duas novelas Eusébio Macário e A Brasileira de Prazins por tentar ser mais realista. E o que é que é mais extremado que o Realismo? O Naturalismo. O resultado é de um certo efeito cómico porque Camilo, com a sua maneira de escrever particular, não se contém e acaba por fazer uma paródia do Naturalismo.

No prefácio de Eusébio Macário, Camilo afirma que não tentou ridicularizar a escola Realista, e alega que: “tenho sido realista sem o saber. Nada me impede de continuar”, e ainda que “Eu não conhecia Zola; foi uma pessoa da minha família que me fez compreender a escola com duas palavras: “É a tua velha escola com uma adjectivação de casta estrangeira, e uma profusão de ciência (...) Além disso tens de pôr a fisiologia onde os românticos punham a sentimentalidade: derivar a moral das bossas, e subordinar à fatalidade o que, pelos velhos processos, se imputava à educação e à responsabilidade” compreendi e achei eu, há vinte e cinco anos, já assim pensava, quando Balzac tinha em mim o mais inábil dos discípulos.”

Portanto: Camilo tenta apanhar o comboio da nova escola Realista, e fá-lo de uma maneira que não é isenta de chacota.

Sem comentários:

Enviar um comentário